"Tem algumas coisas que não foram concretizadas. É como quando a gente perde um mando de campo e tem de jogar no interior, por exemplo. A gente trabalha em uma espécie de improviso", disse Lúcio Blanco, gerente de operações do Itaquerão.
Os problemas não são graves, mas estão fazendo o Corinthians trabalhar bastante. A grande questão é que o estádio que o clube quer comandar a partir do segundo semestre é bem diferente daquele que a Fifa espera na Copa do Mundo.
Além da capacidade, que cairá de 68 mil para cerca de 48 mil pessoas, mudarão alguns detalhes importantes de logística. Posicionamento das catracas, bloqueio das ruas do entorno e local e forma de trabalho da imprensa são apenas alguns dos pontos que diferem os dois modelos de Itaquerão, além do uso de camarotes e a identidade visual do local.
O Corinthians só finalizará o estádio ao seu gosto depois da Copa. Até lá, as estruturas provisórias mudarão a cara do estádio. A área de imprensa, maior que aquela prevista pelo clube, tomará quase toda a parte superior da arquibancada oeste. Na parte inferior, boa parte do espaço com visão privilegiada do gramado será destinada aos camarotes da Fifa.
Contra o Figueirense, o Corinthians não sabe se usará os dois espaços. A procura da imprensa para uma partida do Brasileiro é bem menor que aquela esperada para a abertura da Copa, então os jornalistas podem ficar em outro local. Como o jogo também não atrai tantas autoridades, o espaço da Fifa ainda não tem um uso definido.
O sistema de entrada da entidade também é diferente. A Fifa se apoia no bloqueio do perímetro que é feito pela CET e opera com catracas centrais, cada uma com seu detector de metais. O Corinthians, por sua vez, multiplica os pontos de acesso para facilitar a movimentação dos torcedores.
No dia 18 de maio, o Corinthians terá de encontrar um meio termo. O bloqueio para o jogo não será tão grande e o clube não tem necessidade de centralizar o acesso, mas também não deve fazê-lo tão espalhado como gostaria.
Para que tudo isso funcione, é fundamental que todas as estruturas provisórias fiquem prontas como se espera. Hoje, o chamado "overlay" ainda está somente no início. O acabamento de vários pontos, a estrutura para a imprensa, os camarotes especiais da Copa e a adaptação do estacionamento ainda estão em curso. Segundo o Corinthians, estão começando aos poucos.
"Já estão acontecendo uma série de trabalhos. O que vai acontecer em termos de estrutura é como a Fórmula 1. É a montagem de um circo. Existem experiências que mostram que isso é possível", disse Lúcio Blanco, dando a entender que as mudanças podem ser feitas em pouco tempo.
As arquibancadas provisórias, que aumentarão a capacidade do Itaquerão para 68 mil pessoas, estão previstas para serem entregues em 10 de maio. As estruturas em geral têm de estar prontas até 20 de maio, data que o estádio passará às mãos da Fifa.
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